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(PUC-MG 2012) " Na sua origem grega, a palavra corrupção aponta para dois movimentos: algo se quebra em um vínculo; algo se degrada no momento dessa ruptura. As consequências são consideráveis. De um lado, quebra-se o princípio da confiança, o elo que permite ao cidadão associar-se para interferir na vida de seu país. De outro, degrada-se o sentido do público. Por conta disso, nas ditaduras, a corrupção tem funcionalidade: serve para garantir a dissipação da vida pública. Nas democracias – e diante da República – seu efeito é outro: serve para dissolver os princípios políticos que sustentam as condições para o exercício da virtude do cidadão."
(STARLING, Heloisa Maria Murgel. Ditadura Militar. In.: AVRITZER, Leonardo, et. al. (orgs).  
Corrupção: ensaios e críticas.Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008. p. 259.)

O segundo semestre deste ano foi marcado pelo julgamento do esquema do Mensalão, como ficou conhecido o pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio político. O trecho acima discute a corrupção na vida pública mostrando que:
a) o primeiro movimento anula o outro, pois, ao quebrar o princípio da confiança que estabelece o compromisso
cívico, esvazia o próprio sentido da cidadania e de sua capacidade em interferir na vida de seu país.
b) tanto o período de Ditadura como as democracias vivenciaram a corrupção dentro do mesmo formato, a
diferença é que na Ditadura o próprio governo é o corruptor, o que não acontece na democracia.
c) a corrupção só pode ser considerada perniciosa quando ocorre em governos democráticos, pois o cidadão
deixa de participar da vida pública. Nas ditaduras, ela promove o bom funcionamento do sistema.
d) todos os processos de corrupção excluem o cidadão. Corrupção sempre é associada ao poder do Estado,
ficando distante da vida pública e sendo ignorada pelo cidadão, que a desconhece por não participar dela.

Resposta: a

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