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Mostrando postagens com o rótulo Filosofia e Sociologia

1803

(ENEM 2018)
Figura 1 
Disponível em: www.thehenryford.org. Acesso em: 3 maio 2018. 
Figura 2
Disponível em: www.aoc.net.au. Acesso em: 3 maio 2018. 

Esse ônibus relaciona-se ao ato praticado, em 1955, por Rosa Parks, apresentada em fotografia ao lado de Martin Luther King. O veículo alcançou o estatuto de obra museológica por simbolizar o(a)

a) impacto do medo da corrida armamentista.
b) democratização do acesso à escola pública.
c) preconceito de gênero no transporte coletivo.
d) deflagração do movimento por igualdade civil.
e) eclosão da rebeldia no comportamento juvenil. 

1802

(ENEM 2018) Desde que tenhamos compreendido o significado da palavra “Deus”, sabemos, de imediato, que Deus existe. Com efeito, essa palavra designa uma coisa de tal ordem que não podemos conceber nada que lhe seja maior. Ora, o que existe na realidade e no pensamento é maior do que o que existe apenas no pensamento. Donde se segue que o objeto designado pela palavra “Deus”, que existe no pensamento, desde que se entenda essa palavra, também existe na realidade. Por conseguinte, a existência de Deus é evidente.
TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Janeiro: Loyola, 2002.

O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de Aquino caracterizada por

a) reiterar a ortodoxia religiosa contra os heréticos.
b) sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé.
c) explicar as virtudes teologais pela demonstração.
d) flexibilizar a interpretação oficial dos textos sagrados.
e) justificar pragmaticamente crença livre de dogmas.

1801

(ENEM 2018) 67
TEXTO I 
Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção.
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 

TEXTO II
Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano.
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado). 

Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma

a) predisposição ao conhecimento.
b) submissão ao transcendente.
c) tradição epistemológica.
d) condição original.
e) vocação política.

1796

(ENEM 2018) O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da ambiguidade. Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância,da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento.
MERLEAU-PONTY. M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado). 

O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por

a) reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético.
b) ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias.
c) associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade.
d) conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento.
e) compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais. 

1795

(ENEM 2018) O marco inicial das discussões parlamentares em torno do direito do voto feminino são os debates que antecederam a Constituição de 1824, que não trazia qualquer impedimento ao exercício dos direitos políticos por mulheres, mas, por outro lado, também não era explícita quanto à possibilidade desse exercício. Foi somente em 1932, dois anos antes de estabelecido o voto aos 18 anos, que as mulheres obtiveram o direito de votar, o que veio a se concretizar no ano seguinte. Isso ocorreu a partir da aprovação do Código Eleitoral de 1932.
Disponível em: http://tse.jusbrasil.com.br.Acesso em: 14 maio 2018.

Um dos fatores que contribuíram para a efetivação da medida mencionada no texto foi a

a) superação da cultura patriarcal.
b) influência de igrejas protestantes.
c) pressão do governo revolucionário.
d) fragilidade das oligarquias regionais.
e) campanha de extensão da cidadania. 

1794

(ENEM 2018) Em algumas línguas de Moçambique não existe a palavra “pobre”. O indivíduo é pobre quando não tem parentes. A pobreza é a solidão, a ruptura das relações familiares que, na sociedade rural, servem de apoio à sobrevivência. Os consultores internacionais, especialistas em elaborar relatórios sobre a miséria, talvez não tenham em conta o impacto dramático da destruição dos laços familiares e das relações de entreajuda. Nações inteiras estão tornando-se “órfãs”, e a mendicidade parece ser a única via de uma agonizante sobrevivência.
COUTO, M. E se Obama fosse africano? & outras intervenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado). 

Em uma leitura que extrapola a esfera econômica, o autor associa o acirramento da pobreza à

a) afirmação das origens ancestrais.
b) fragilização das redes de sociabilidade.
c) padronização das políticas educacionais.
d) fragmentação das propriedades agrícolas.
e) globalização das tecnologias de comunicação. 

1793

(ENEM 2018) Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em Deus um novo movimento, uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes criara, como pode haver verdadeira eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes não existia?”
AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984.

A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um exemplo da reflexão filosófica sobre a(s)

a) essência da ética cristã.
b) natureza universal da tradição.
c) certezas inabaláveis da experiência.
d) abrangência da compreensão humana.
e) interpretações da realidade circundante. 

1767

(ENEM 2018) A primeira fase da dominação da economia sobre a vida social  acarretou,  no  modo  de  definir  toda  realização humana, uma evidente degradação do ser para o ter.  A fase atual, em que a vida social está totalmente tomada pelos resultados da economia, leva a um deslizamento generalizado  do ter para o parecer, do qual  todo ter efetivo  deve extrair seu prestígio imediato e sua função última.  Ao  mesmo  tempo,  toda  realidade  individual tornou-se social, diretamente dependente da força social, moldada por ela.
DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2015.

Uma manifestação contemporânea do fenômeno descrito no texto é o(a)

a) valorização dos conhecimentos acumulados.
b) exposição nos meios de comunicação.
c) aprofundamento da vivência espiritual.
d) fortalecimento das relações interpessoais.
e) reconhecimento na esfera artística. 

1759

(ENEM 2018) Um dos teóricos da democracia moderna, Hans Kelsen, considera elemento essencial da democracia real (não da democracia ideal, que não existe em lugar algum) o método da seleção dos líderes, ou seja, a eleição. Exemplar, neste sentido, é a afirmação de um juiz da Corte Suprema dos Estados Unidos, por ocasião de uma eleição de 1902: "A cabine eleitoral é o templo das instituições americanas, onde cada um de nós é um sacerdote, ao qual é confiada a guarda da arca da aliança e cada um Oficia do seu próprio altar".
BOBBIO, N. Teoria geral da política. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 (adaptado). 

As metáforas utilizadas no texto referem-se a uma concepção de democracia fundamentada no(a)

a) justificação teísta do direito.
b) rigidez da hierarquia de classe.
c) ênfase formalista na administração.
d) protagonismo do Executivo no poder.
e) centralidade do indivíduo na sociedade.

1757

(ENEM 2018) A quem não basta pouco, nada basta.
EPICURO. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1985.

Remanescente do período helenístico, a máxima apresentada valoriza a seguinte virtude:

a) Esperança, tida como confiança no porvir.
b) Justiça, interpretada como retidão de caráter.
c) Temperança, marcada pelo domínio da vontade.
d) Coragem, definida como fortitude na dificuldade.
e) Prudência, caracterizada pelo correto uso da razão.

1754

(ENEM 2018) O século XVIII é, por diversas razões, um século diferenciado. Razão e experimentação se aliavam no que se acreditava ser o verdadeiro caminho para o estabelecimento do conhecimento científico, por tanto tempo almejado. O fato, a análise e a indução passavam a ser parceiros fundamentais da razão. É ainda no século XVIII que o homem começa a tomar consciência de sua situação na história.
ODALIA, N, In: PINSKY, J.; PINSKY, C. B. História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003.

No ambiente cultural do Antigo Regime, a discussão filosófica mencionada no texto tinha como uma de suas características a

a) aproximação entre inovação e saberes antigos.
b) conciliação entre revelação e metafísica platônica.
c) vinculação entre escolástica e práticas de pesquisa.
d) separação entre teologia e fundamentalismo religioso.
e) contraposição entre clericalismo e liberdade de pensamento. 

1610

(ENEM 2017) Uma sociedade é uma associação mais ou menos autossuficiente de pessoas que em suas relações mútuas reconhecem certas regras de conduta como obrigatórias e que, na maioria das vezes, agem de acordo com elas. Uma sociedade é bem ordenada não apenas quando está planejada para promover o bem de seus membros, mas quando é também efetivamente regulada por uma concepção pública de justiça. Isto é, trata-se de uma sociedade na qual todos aceitam, e sabem que os outros aceitam, o mesmo princípio de justiça.
RAWLS, J. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes. 1997 (adaptado). A visão expressa nesse texto do século XX remete a qual aspecto do pensamento moderno?

a) A relação entre liberdade e autonomia do Liberalismo.
b) A independência entre poder e moral do Racionalismo.
c) A convenção entre cidadãos e soberano de Absolutismo.
d) A dialética entre indivíduo e governo autocrata do idealismo.
e) A contraposição entre bondade e condição selvagem do Naturalismo.

1595

(ENEM 2017) Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam. competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 abr. 2017

A persistência das reivindicações relativas à aplicação desse preceito normativo tem em vista a vinculação histórica fundamental entre

a) etnia e miscigenação racial.
b) sociedade e igualdade jurídica.
c) espaço e sobrevivência cultural.
d) progresso e educação ambiental.
e) bem-estar e modernização econômica.

1594

(ENEM 2017) A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão de agradar a Deus, muito menos de fidelidade a regras abstratas. A moralidade é a tentativa de criar a maior quantidade de felicidade possível neste mundo. Ao decidir o que fazer, deveríamos, portanto, perguntar qual curso de conduta promoveria a maior quantidade de felicidade para todos aqueles que serão afetados.
RACHELS. J. Os elementos da filosofia moral, Barueri-SP Manole. 2006.

Os parâmetros da ação indicados no texto estão em conformidade com uma
a) fundamentação científica de viés positivista.
b) convenção social de orientação normativa.
c) transgressão comportamental religiosa.
d) racionalidade de caráter pragmático.
e) inclinação de natureza passional.

1593

(ENEM 2017) Procuramos demonstrar que o desenvolvimento pode ser visto como um processo de expansão das liberdades reais que as pessoas desfrutam. O enfoque nas liberdades humanas contrasta com visões mais restritas de desenvolvimento, como as que identificam desenvolvimento com crescimento do Produto Nacional Bruto, ou industrialização. O crescimento do PNB pode ser muito importante como um meio de expandir as liberdades. Mas as liberdades dependem também de outros determinantes, como os serviços de educação e saúde e os direitos civis.
SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Cia. das Letras 2010.

A concepção de desenvolvimento proposta no texto fundamenta-se no vínculo entre

a) incremento da indústria e atuação no mercado financeiro.
b) criação de programas assistencialistas e controle de preços.
c) elevação da renda média e arrecadação de impostos.
d) garantia da cidadania e ascensão econômica.
e) ajuste de políticas econômicas e incentivos fiscais.

1592

(ENEM 2017) Muitos países se caracterizam por terem populações multiétnicas. Com frequência, evoluíram desse modo ao longo de séculos. Outras sociedades se tornaram multiétnicas mais rapidamente, como resultado de políticas incentivando a migração, ou por conta de legados coloniais e imperiais.
GIDDENS. A. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012 (adaptado).

Do ponto de vista do funcionamento das democracias contemporâneas, o modelo de sociedade descrito demanda, simultaneamente,

a) defesa do patriotismo e rejeição ao hibridismo.
b) universalização de direitos e respeito à diversidade.
c) segregação do território e estímulo ao autogoverno.
d) políticas de compensação e homogeneização do idioma.
e) padronização da cultura e repressão aos particularismos.

1591

(ENEM 2017) A grande maioria dos países ocidentais democráticos adotou o Tribunal Constitucional como mecanismo de controle dos demais poderes. A inclusão dos Tribunais no cenário político implicou alterações no cálculo para a implementação de políticas públicas. O governo, além de negociar seu plano político com o Parlamento, teve que se preocupar em não infringir a Constituição. Essa nova arquitetura institucional propiciou o desenvolvimento de um ambiente político que viabilizou a participação do Judiciário nos processos decisórios.
CARVALHO, E. R. Revista de Sociologia e Política. n. 23. nov. 2004 (adaptado).

O texto faz referência a uma importante mudança na dinâmica de funcionamento dos Estados contemporâneos que, no caso brasileiro, teve como consequência a

a) adoção de eleições para a alta magistratura.
b) diminuição das tensões entre os entes federativos.
c) suspensão do principio geral dos freios e contrapesos.
d) judicialização de questões próprias da esfera legislativa.
e) profissionalização do quadro de funcionários da Justiça.

1590

(ENEM 2017) A participação da mulher no processo de decisão política ainda é extremamente limitada em praticamente todos os países, independentemente do regime econômico e social e da estrutura institucional vigente em cada um deles. É fato público e notório, além de empiricamente comprovado, que as mulheres estão em geral sub-representadas nos órgãos do poder, pois a proporção não corresponde jamais ao peso relativo dessa parte da população.
TABAK, F. Mulheres públicas: participação política e poder. Rio de Janeiro: Leira Capital, 2002.

No âmbito do Poder Legislativo brasileiro, a tentativa de reverter esse quadro de sub-representação tem envolvido a implementação, pelo Estado, de

a) leis de combate à violência doméstica.
b) cotas de gênero nas candidaturas partidárias.
c) programas de mobilização política nas escolas.
d) propagandas de incentivo ao voto consciente.
e) apoio financeiro às lideranças femininas.

1589

(ENEM 2017) Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e embaraça; leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum: os temperamentais, como Alcibíades, sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que são capazes, mas fogem porque receiam essa influência poderosa, que os leva a se censurarem. E sobretudo a esses jovens, muitos quase crianças, que ele tenta imprimir sua orientação.
BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977. O texto evidencia características do modo de vida socrático, que se baseava na

a) contemplação da tradição mítica.
b) sustentação do método dialético.
c) relativização do saber verdadeiro.
d) valorização da argumentação retórica.
e) investigação dos fundamentos da natureza.

1588

(ENEM 2017) A representação de Demócrito é semelhante à de Anaxágoras, na medida em que um infinitamente múltiplo é a origem; mas nele a determinação dos princípios fundamentais aparece de maneira tal que contém aquilo que para o que foi formado não é, absolutamente, o aspecto simples para si. Por exemplo, partículas de carne e de ouro seriam princípios que, através de sua concentração, formam aquilo que aparece como figura.
HEGEL. G. W. F. Crítica moderna. In: SOUZA, J. C. (Org.). Os pré-socráticos: vida e obra. São Paulo: Nova Cultural. 2000 (adaptado).

O texto faz uma apresentação crítica acerca do pensamento de Demócrito, segundo o qual o “princípio constitutivo das coisas” estava representado pelo(a)

a) número, que fundamenta a criação dos deuses.
b) devir, que simboliza o constante movimento dos objetos.
c) água, que expressa a causa material da origem do universo.
d) imobilidade, que sustenta a existência do ser atemporal.
e) átomo, que explica o surgimento dos entes.