(FGV-SP 2008) "(...) constituíram-se na Idade Média dois poderes que se colocavam acima da autoridade dos reis e dos senhores e, por isso, eram denominados poderes universais: o papado (poder espiritual ou religioso) e o império (poder temporal ou político). A relação entre esses dois poderes foi sempre problemática (...)."
Luiz Koshiba, História – origens, estruturas e processos
Pode ser apontado(a) como um exemplo dessa relação problemática:
a) a promulgação do Edito de Milão, em 313, que reconheceu o poder espiritual do papa e estabeleceu o cristianismo como a religião oficial do Império Romano, condição revogada pelo imperador Décio, no fim do século IV.
b) o conflito conhecido como a Querela das Investiduras, de 1076, que opôs o papa Gregório VII ao imperador Henrique IV, do Sacro Império, e só foi superado em 1122, com a Concordata de Worms.
c) a determinação do imperador Teodósio I, a partir de 391, em proibir todas as práticas não pagãs, que gerou uma forte perseguição aos cristãos e o poder religioso voltou para a mão do imperador romano.
d) o incentivo dos reinos cristãos, principalmente do Império Carolíngio, em construir mosteiros longes das cidades, o que efetivou a separação entre o poder temporal dos reis e o poder espiritual dos monges e do clero em geral.
e) o apoio decisivo do imperador Constantino à heresia ariana, construída pelos bispos do Oriente, no Concílio de Nicéia (325), que defendia a concepção de que o poder temporal caberia apenas ao soberano romano, mas com o beneplácito do papa.